sábado, 6 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Liberdade para Sakineh
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Um Metrô em baixo do tapete!!!
Só o Estadão deu continuidade ao escândalo da concorrência de cartas marcadas das obras do Metrô de São Paulo. Assim mesmo, o governo tucano posa como vítima de uma armação das empreiteiras, como se uma trampa dessas pudesse ser feito sem a participação de altos funcionários. Só faltou dizer que se trata de empresários petistas. Mas isso fica para amanhã, em todos os jornais.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Metrô: patifaria tucana vira bom mocismo na imprensa
O Globo:
Após denúncia sobre licitação do metrô de SP, Serra diz que pode ter acontecido acordo entre construtoras
Folha:
Governo de SP determina suspensão do andamento da licitação de lotes do metrô
Estadão:
Goldman suspende processo de licitação da Linha 5 do Metrô de SP
Veja:
Governo de SP suspende processamento de licitação
Não é uma gracinha? Aqueles empresários malvados combinaram tudo entre si e, claro, naturalmente, não havia ninguém do governo paulista envolvido na tramóia, evidente. Se não fosse a Folha estar vigilante... Afinal, não é o governo federal!!!
Após denúncia sobre licitação do metrô de SP, Serra diz que pode ter acontecido acordo entre construtoras
Folha:
Governo de SP determina suspensão do andamento da licitação de lotes do metrô
Estadão:
Goldman suspende processo de licitação da Linha 5 do Metrô de SP
Veja:
Governo de SP suspende processamento de licitação
Não é uma gracinha? Aqueles empresários malvados combinaram tudo entre si e, claro, naturalmente, não havia ninguém do governo paulista envolvido na tramóia, evidente. Se não fosse a Folha estar vigilante... Afinal, não é o governo federal!!!
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Sons de carrilhões - João Pernambuco
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Quebra de sigilo: O Estado de Minas pagou Amaury
Polícia Federal descarta investigar campanha de Dilma
O delegado da Políca Federal, Alessandro Moretti, da equipe que investiga a quebra de sigilo fiscal de dirigentes tucanos e da filha José Serra, afirmou que todas as despesas do jornalista Amaury Ribeiro com as viagens e obtenção dos documentos fiscais foram pagas pelo jornal "O Estado de Minas".
Para o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Correia, o caso sobre a quebra de sigilo está esclarecido e eventuais investigações adicionais não terão impacto no resultado da investigação.
Leia mais: >>>>
O delegado da Políca Federal, Alessandro Moretti, da equipe que investiga a quebra de sigilo fiscal de dirigentes tucanos e da filha José Serra, afirmou que todas as despesas do jornalista Amaury Ribeiro com as viagens e obtenção dos documentos fiscais foram pagas pelo jornal "O Estado de Minas".
Para o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Correia, o caso sobre a quebra de sigilo está esclarecido e eventuais investigações adicionais não terão impacto no resultado da investigação.
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
A maldade petista não tem fim:
Petistas malvados nocaiteiam Serra
terça-feira, 19 de outubro de 2010
A reação da militância
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Marina, a independente
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Mulher de Serra abortou de quatro meses
“Monica Serra já fez um aborto e sou solidária à sua dor”, afirma ex-aluna da mulher de presidenciável
O desempenho do presidenciável tucano, José Serra, no debate do último domingo pela TV Bandeirantes, foi a gota d’água para uma eleitora brasileira. O silêncio do candidato diante da reclamação formulada pela adversária, Dilma Rousseff (PT) – de que fora acusada pela mulher dele, a ex-bailarina e psicoterapeuta Sylvia Monica Allende Serra, de “matar criancinhas” –, causou indignação em Sheila Canevacci Ribeiro, a ponto de levá-la até sua página em uma rede social, onde escreveu um desabafo que tende a abalar o argumento do postulante ao Palácio do Planalto acerca do tema que divide o país, no segundo turno das eleições. A coreógrafa Sheila Ribeiro relata, em um depoimento emocionado, que a ex-professora do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Monica Serra relatou às alunas da turma de 1992, em sala de aula, que foi levada a fazer um aborto “no quarto mês de gravidez”.
Leia mais no Correio do Brasil >>>>
O desempenho do presidenciável tucano, José Serra, no debate do último domingo pela TV Bandeirantes, foi a gota d’água para uma eleitora brasileira. O silêncio do candidato diante da reclamação formulada pela adversária, Dilma Rousseff (PT) – de que fora acusada pela mulher dele, a ex-bailarina e psicoterapeuta Sylvia Monica Allende Serra, de “matar criancinhas” –, causou indignação em Sheila Canevacci Ribeiro, a ponto de levá-la até sua página em uma rede social, onde escreveu um desabafo que tende a abalar o argumento do postulante ao Palácio do Planalto acerca do tema que divide o país, no segundo turno das eleições. A coreógrafa Sheila Ribeiro relata, em um depoimento emocionado, que a ex-professora do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Monica Serra relatou às alunas da turma de 1992, em sala de aula, que foi levada a fazer um aborto “no quarto mês de gravidez”.
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domingo, 10 de outubro de 2010
Serra lança o maior programa de compra de votos do mundo:
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Leonardo no Villa
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Eu qui fiz ! ! !
É assim: primeiro, pede-se à sogra uma panela de barro para fazer uma caldeirada de polvo só porque deu na veneta comer polvo no domingo. A receita quem deu foi o Pedro Veludo, há muitos anos, quando o Pedrinho, juiz de futebol, ainda usava fraldas. Vivo repetindo a receita mas nunca fica igual. Devem ser os polvos. Pronta a caldeirada, por mais que fique diferente da anterior é sempre uma delícia, põe-se a panela de barro para descansar sobre descansadores de aço no precioso balcão de angelim previamente envernizado com verniz acetinado. Depois do almoço, na hora de lavar os pratos, descobre-se que ficou uma mancha preta do tamanho do fundo da panela sobre o balcão, que quem nunca havia cozinhado com panela de barro não ia imaginar que ela retem o calor por muito mais tempo e, por isso, não deve repousar sobre balcões de madeira, ainda que envernizados com verniz acetinado, fosco ou brilhante, que o estrago vai ser o mesmo. No dia seguinte, lixa-se a mancha preta até que desapareça completamente. Dias depois, enverniza-se novamente o balcão. Certifique-se de que o telefone sem fio está a distância segura e só depois abra a lata de verniz. Telefones sem fio costumam ser muito sensíveis. Se resolvemos retirá-los de cima do balcão com a lata de verniz aberta, deve-se ter muito cuidado porque num piscar de olhos eles inesperadamente saltam do suporte, pulam no balcão e mergulham, certeiros, na lata de verniz. Ficam até bonitinhos envernizados. Mas o que ganham em beleza perdem em eficiência e funcionalidade.
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Telefone sem fio
Sua filha deve ir para a cadeia se fizer um aborto?
domingo, 3 de outubro de 2010
É proibido, mas...
Nas eleições de 2008, traficantes do Rio de Janeiro, interessados em estender seus domínios à Câmara Municipal, obrigavam os moradores dos morros cariocas a fotografar com telefones celulares os votos para vereador a fim de comprovar junto à fiscalização competente sua fidelidade aos interesses maiores de suas comunidades de acordo com os princípios estabelecidos pela autoridades locais. Ao tomar conhecimento da concorrência, o TRE proibiu a utilização de celulares e câmeras fotográficas dentro das cabines eleitorais. Dos mesários aos eleitores, ninguém deu bola à proibição e nessas eleições um dos divertimentos preferidos dos internautas é exibir seus votos nos blogues e redes sociais. Para não ficar atrás, aí vai o nosso:
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Governo pode eleger 60 senadores
Deu no Vermelho:
Caso vença a disputa presidencial, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, terá no Senado uma maioria muito mais ampla do que a desfrutada por Lula. >>>>
Caso vença a disputa presidencial, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, terá no Senado uma maioria muito mais ampla do que a desfrutada por Lula. >>>>
Dilma apoia o Serra...
No último dia de campanha, os eleitores do Serra, em sua totalidade, no Largo da Carioca, ensaiavam novo refrão para tentar levar a eleição para o segundo turno:
"Dilma apoia o Serra
Dilma apoia o Serra",
cantavam, ensusiasmados, os gaiatos tucanos. Pena que só deu para tirar a foto....
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Desespero tucano: Eduardo Jorge mente e Banco do Brasil desmente
Deu no iG:
Poucas horas após o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, denunciar que, segundo inquérito da Polícia Federal, sua conta corrente no Banco do Brasil teria sido violada, o BB negou a acusação. Em nota distribuída à imprensa, o Banco do Brasil "repudia qualquer afirmação de que a conta tenha sido acessada sem motivos profissionais". Mais: >>>>
Poucas horas após o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, denunciar que, segundo inquérito da Polícia Federal, sua conta corrente no Banco do Brasil teria sido violada, o BB negou a acusação. Em nota distribuída à imprensa, o Banco do Brasil "repudia qualquer afirmação de que a conta tenha sido acessada sem motivos profissionais". Mais: >>>>
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Vermelho: Dilma ainda tem 55% de votos válidos na média das pesquisas
Embora a pesquisa Datafolha feita nesta segunda-feira (28) aponte queda de Dilma Rousseff e possibilidade de haver segundo turno na corrida presidencial, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando ainda é favorita a vencer as eleições já em 3 de outubro. Na média das quatro sondagens mais recentes, Dilma tem 55% dos votos válidos. >>>>
O excesso de liberdade de José Dirceu
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José Dirceu
Fui entrevistado pelo Ibope, nhá, nhá, nhá!
Foi a primeira vez nos últimos 56 anos. Pelo telefone. E o entrevistador, Felipe, ainda perguntou se quero participar de outras entrevistas.
Não é emocionante?
Não é emocionante?
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
PiG quer cassar Tiririca mas MP vacila
Na falta do que fazer, já que faltando seis dias para as eleições fica evidente que as famosas balas de prata não tiveram qualquer efeito sobre as intenções de voto em Dilma, a imprensa conservadora descobriu como pode deixar o futuro Congresso mais sem graça do que já é naturalmente: cassar a candidatura do palhaço Tiririca com o argumento ridículo de que a Constituição impede a candidatura de analfabetos. A campanha contra a candidatura de Tiririca é da revista Época.
Mas o próprio Ministério Público tem dúvidas se o analfabetismo de Tiririca é suficiente para impedi-lo de candidatar-se. Não são poucos os artigos e pareceres jurídicos sobre o tema, publicados na internet, a avisar que "os meios de convicção do juiz acerca da condição de alfabetizado podem variar desde desde a simples conferência da aposição de assinatura no pedido, por parte do pleiteante ao registro, até a realização de exame específico das habilidades de leitura e escrita do requerente".
Tiririca pode não saber ler e escrever. Mas não precisou disso para ser comediante talentoso e querido do público, cantor, compositor, poeta, mágico, artista e empresário circence, entre outras profissões. Ou seja, sabe fazer mais do que muitos doutores que usam o diploma apenas para enfeitar paredes.
Mas o próprio Ministério Público tem dúvidas se o analfabetismo de Tiririca é suficiente para impedi-lo de candidatar-se. Não são poucos os artigos e pareceres jurídicos sobre o tema, publicados na internet, a avisar que "os meios de convicção do juiz acerca da condição de alfabetizado podem variar desde desde a simples conferência da aposição de assinatura no pedido, por parte do pleiteante ao registro, até a realização de exame específico das habilidades de leitura e escrita do requerente".
Tiririca pode não saber ler e escrever. Mas não precisou disso para ser comediante talentoso e querido do público, cantor, compositor, poeta, mágico, artista e empresário circence, entre outras profissões. Ou seja, sabe fazer mais do que muitos doutores que usam o diploma apenas para enfeitar paredes.
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Tiririca
A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma
25/9/2010 17:41, Por Leonardo Boff - do Rio de Janeiro
(Faltando seis dias para as eleições, mídia conservadora tenta esconder espinafração do frei transformando-o em especialista em energia quântica. Mas o artigo certo saiu no Correio do Brasil, de onde foi copiado sem a devida autorização):
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o Brasil Nunca Mais, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo – Jeca Tatu -; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito innovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
Leonardo Boff é teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.
(Faltando seis dias para as eleições, mídia conservadora tenta esconder espinafração do frei transformando-o em especialista em energia quântica. Mas o artigo certo saiu no Correio do Brasil, de onde foi copiado sem a devida autorização):
Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso” pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o Brasil Nunca Mais, onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avalisa fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de ideias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando veem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos de O Estado de São Paulo, de A Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um presidente que vem desse povo. Mais que informar e fornecer material para a discusão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido a mais alta autoridade do país, ao presidente Lula. Nele veem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma), “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e não contemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes, nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo – Jeca Tatu -; negou seus direitos; arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação; conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vem Lula, e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e para “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito innovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas, importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, ao fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA, que faz questão de não ver; protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra, mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e, no fundo, retrógrado e velhista; ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes?
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das más vontades deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
Leonardo Boff é teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Memória do jornalismo no aniversário de Joel Silveira
Em cerimônia marcada por momentos de alegria e emoção, realizou-se na noite desta quinta-feira (23) a abertura do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo. Simultaneamente, houve a inauguração da Sala Joel Silveira, que abriga o acervo de livros, documentos, objetos e quadros do grande jornalista brasileiro, e o lançamento do livro “Memória de Repórter”, com relatos históricos de 60 profissionais sobre a imprensa. >>>>
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Lula bate o martelo
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Parou por quê?
Gente, já é quarta-feira, até agora nenhum escândalozinho pra dizer que é culpa do Lula, da Dilma e dos petistas fedorentos que aparelharam a máquina do estado para fazer dela objeto de uso pessoal e, no sentido tiriricaresco, familiar?
Que tédio!
Que tédio!
E por falar em hackers...
Dizem os anjos (e as vovós) que rir da desgraça alheia dá azar. Pois ontem, depois de postar a brincadeira abaixo, voltei ao Comunique-se para ler o Aqui não dá, excelente blog do mestre Talis Andrade. Não é que quando cliquei no link, baixei o malware My Security Shield, que se instalou na máquina e não consegui remover até agora? Bem feito pra minha cara!
Se acontecer com você, aqui tem vacinas e dicas...
Se acontecer com você, aqui tem vacinas e dicas...
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Puxa, eu nem notei!
Do Comunique-se
Site do Jornal do Brasil é invadido por hackers e fica três dias fora do ar
Izabela Vasconcelos
O Jornal do Brasil, que agora é publicado apenas na versão online, foi alvo de hackers na última sexta-feira (17/9). Desde então, o site www.jb.com.br permanece fora do ar. Segundo o diretor do JB, Humberto Tanure, a página deve voltar a ser exibida ainda esta tarde. Ele disse que durante esses dias a equipe de tecnologia trabalhou para reestabelecer o site e no reforço da segurança para que a página não seja invadida novamente.
Mesmo com o problema, a Redação continua trabalhando e o conteúdo produzido durante esses dias deve ser publicado quando o site voltar ao ar, informou o site O Repórter. A versão digital do jornal já está disponível, mas o conteúdo em tempo real, que alimenta o site, ainda aguarda o reestabelecimento da página para ser exibido.
Nos primeiros dias que deixou o impresso para passar para o digital, a página do JB chegou a registrar sobrecarga pelo número de acessos. A transição para a versão online aconteceu no dia 1/9. O acesso gratuito ao JB Digital ficará disponível aos leitores até o dia 30/9, a partir desse dia os interessados poderão assinar o conteúdo mensalmente por R$ 9,90. No entanto, as áreas de "Tempo Real", atualizado permanentemente, "Blogosfera" e a editoria "Sociedade Aberta", e alguns textos de "Degustação" do JB Digital, terão acesso aberto e gratuito.
Site do Jornal do Brasil é invadido por hackers e fica três dias fora do ar
Izabela Vasconcelos
O Jornal do Brasil, que agora é publicado apenas na versão online, foi alvo de hackers na última sexta-feira (17/9). Desde então, o site www.jb.com.br permanece fora do ar. Segundo o diretor do JB, Humberto Tanure, a página deve voltar a ser exibida ainda esta tarde. Ele disse que durante esses dias a equipe de tecnologia trabalhou para reestabelecer o site e no reforço da segurança para que a página não seja invadida novamente.
Mesmo com o problema, a Redação continua trabalhando e o conteúdo produzido durante esses dias deve ser publicado quando o site voltar ao ar, informou o site O Repórter. A versão digital do jornal já está disponível, mas o conteúdo em tempo real, que alimenta o site, ainda aguarda o reestabelecimento da página para ser exibido.
Nos primeiros dias que deixou o impresso para passar para o digital, a página do JB chegou a registrar sobrecarga pelo número de acessos. A transição para a versão online aconteceu no dia 1/9. O acesso gratuito ao JB Digital ficará disponível aos leitores até o dia 30/9, a partir desse dia os interessados poderão assinar o conteúdo mensalmente por R$ 9,90. No entanto, as áreas de "Tempo Real", atualizado permanentemente, "Blogosfera" e a editoria "Sociedade Aberta", e alguns textos de "Degustação" do JB Digital, terão acesso aberto e gratuito.
Diretor do Instituto Nobel confirma: Lula é candidato
Correio do Brasil
O presidente Luis Inácio Lula da Silva está entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz. Diretor do Instituto Internacional para a Investigação da Paz, o norueguês Stein Tonnesson, teria confirmado a indicação de Lula, segundo agências de notícias internacionais. A divulgação dos premiados será em outubro. Em fevereiro, o jornal francês Le Monde já havia antecipado a indicação de Lula, mas o Instituto Nobel, por tradição não divulga a lista oficial dos candidatos. Na sexta-feira, o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, informou que há 165 personalidades e instituições propostas para o prêmio.
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O presidente Luis Inácio Lula da Silva está entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz. Diretor do Instituto Internacional para a Investigação da Paz, o norueguês Stein Tonnesson, teria confirmado a indicação de Lula, segundo agências de notícias internacionais. A divulgação dos premiados será em outubro. Em fevereiro, o jornal francês Le Monde já havia antecipado a indicação de Lula, mas o Instituto Nobel, por tradição não divulga a lista oficial dos candidatos. Na sexta-feira, o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, informou que há 165 personalidades e instituições propostas para o prêmio.
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Dilma desmonta o Bom Dia Brasil
1ª parte
2ª parte
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Tarso nocauteia no 1º assalto
Lucia Hipólito: Lula "destorce" a realidade
A cientista política, historiadora e jornalista, especialista em eleições, partidos políticos e Estado brasileiro, comentarista política da Rádio CBN e da Globonews e âncora do CBN Rio, garantiu, em seu blog, que o presidente "destorce" a realidade ao se revoltar com as críticas construtivas da imprensa patriótica. Sem razão esse presidente Lula, né não?
Só não vou botar o link, tá? Nem marcadores. Quem quiser que vá procurar.
Só não vou botar o link, tá? Nem marcadores. Quem quiser que vá procurar.
Dilma, a candidata do PIG
Tracking Vox Populi/Band/iG: Dilma tem 53% e Serra, 23%
Já está mais do que claro que Dilma é a candidata da grande imprensa. É o que demonstram todas as pesquisas de opinião publicadas até agora. Não precisa mais do que uma olhadinha superficial nos resultados para perceber que a tal bala de prata, tão discutida nesses últimos dias, ainda não foi disparada. Seria, se O Globo, Estadão, Folha e Veja começassem a pregar o voto em Dilma. Não dá para imaginar que essa gente não perceba o que é tão óbvio: quanto mais batem na Dilma mais o Serra cai e eles sabem muito bem que o povo sempre vota nos desafetos dos jornalões e da revista. Seria preciso, portanto, que passassem a bater logo no Serra para ele subir. Só que faltam menos de duas semanas para as eleições e o tempo é muito curto para a informação chegar a quem interessa. Até chega, com o Jornal Nacional, mas dificilmente será processada e assimilada a tempo. Além disso, a Erenice comprou todo mundo com a comissão, que o Israel ainda vai receber, das usinas de vento do Rubinei. Portanto, adeus Serra!
Já está mais do que claro que Dilma é a candidata da grande imprensa. É o que demonstram todas as pesquisas de opinião publicadas até agora. Não precisa mais do que uma olhadinha superficial nos resultados para perceber que a tal bala de prata, tão discutida nesses últimos dias, ainda não foi disparada. Seria, se O Globo, Estadão, Folha e Veja começassem a pregar o voto em Dilma. Não dá para imaginar que essa gente não perceba o que é tão óbvio: quanto mais batem na Dilma mais o Serra cai e eles sabem muito bem que o povo sempre vota nos desafetos dos jornalões e da revista. Seria preciso, portanto, que passassem a bater logo no Serra para ele subir. Só que faltam menos de duas semanas para as eleições e o tempo é muito curto para a informação chegar a quem interessa. Até chega, com o Jornal Nacional, mas dificilmente será processada e assimilada a tempo. Além disso, a Erenice comprou todo mundo com a comissão, que o Israel ainda vai receber, das usinas de vento do Rubinei. Portanto, adeus Serra!
Nem tucano quer saber do Serra!
Da Folha de São Paulo
PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA (MG)
Na reta final da campanha, os "santinhos" dos candidatos começam a aparecer com as chamadas "colas", mas as do PSDB que circulam em Juiz de Fora (MG) não indicam o voto no 45 de José Serra para a Presidência. A "cola" é a representação da ordem dos candidatos que aparecerá na urna eletrônica. Na principal cidade da Zona da Mata mineira, a Folha teve acesso a um desses impressos do PSDB. Um milhão de colas foram confeccionadas para o partido. O campo reservado para o candidato à Presidência aparece vazio. Estão preenchidos apenas os números e nomes do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e do ex-presidente Itamar Franco (PPS), candidatos a senador, e o do governador Antonio Anastasia (PSDB), que tenta se reeleger. O material também não estampa a foto de Serra. Aparecem as fotos de Aécio e Itamar, ladeados por Anastasia.
Leia mais >>>>
PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA (MG)
Na reta final da campanha, os "santinhos" dos candidatos começam a aparecer com as chamadas "colas", mas as do PSDB que circulam em Juiz de Fora (MG) não indicam o voto no 45 de José Serra para a Presidência. A "cola" é a representação da ordem dos candidatos que aparecerá na urna eletrônica. Na principal cidade da Zona da Mata mineira, a Folha teve acesso a um desses impressos do PSDB. Um milhão de colas foram confeccionadas para o partido. O campo reservado para o candidato à Presidência aparece vazio. Estão preenchidos apenas os números e nomes do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e do ex-presidente Itamar Franco (PPS), candidatos a senador, e o do governador Antonio Anastasia (PSDB), que tenta se reeleger. O material também não estampa a foto de Serra. Aparecem as fotos de Aécio e Itamar, ladeados por Anastasia.
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sábado, 18 de setembro de 2010
Lindberg sem surpresas
Esse é outro resultado que tem deixado muita gente de boca aberta. Partindo de praticamente nada, Lindberg Farias (PT), como um daqueles azarões do turfe, na reta final resolve dar uma arrancada avassaladora deixando os concorrentes comendo poeira.
Não é surpresa para este blog. Não foi por outro motivo que o PMDB e Sergio Cabral pressionaram de todo jeito para Lindberg aceitar candidatar-se ao senado. Viesse para governador, seria eleito no primeiro turno, um dos dois grandes erros eleitorais do PT; o outro foi Minas Gerais, onde Fernando Pimentel tinha muito mais chances de derrotar o candidato de Aécio Neves.
Campanhas do PIG derrubam Serra
São quatro semanas de pancadaria direta, com a violação de Verônica Serra e, agora, Israel Guerra. Depois de tanta porrada, Dilma se manter com 51% e Serra cair de 27% para 25%, a conclusão é que Veja, O Globo, Folha e Estadão estão fazendo campanha para ela. Quanto mais batem no governo, mais o Serra cai. Essa pesquisa, diz O Globo, "mostra que as denúncias envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, (...) não afetaram as intenções de voto de Dilma Rousseff".
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Enquanto isso, em Porto Alegre...
Jornal impresso não vai acabar
Nesse finzinho da campanha eleitoral, a grande mídia, dia sim outro também, acusa a candidatura oficial de passar o tempo planejando acabar com a liberdade de imprensa no país, o que não é verdade. Se você é dos que acham que jornal impresso não serve para nada, nosso departamento de pesquisas (que os detratores chamam de arapongagem explícita) andou assuntando por aí e descobriu que a ANJ está investindo no desenvolvimento de 1001 utilidades para seu principal produto nos lares brasileiros. A idéia é resgatar antigas práticas e criar novas. Uma delas é o que mostra a foto acima: o que antes só servia para jogar no lixo, com um pouquinho de habilidade pode se transformar na própria lixeira. Veja aqui como fazer. Nos próximos capítulos, aprenda a embrulhar peixes e onde utilizar as seções de análises políticas e de críticas novelísticas.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Quem com Arruda fere...
... com Erenice será ferido, não tem do que reclamar, chumbo trocado não dói. Ao menos uma vez na vida, ainda que no finzinho da vida, o governo resolveu tomar a providência cabível e mandar a acusada responder por seus atos e os dos seus.
A carta
Enquanto a grande mídia festeja publicando a foto de Erenice ao lado de Dilma, a ex-ministra promete, em carta ao presidente Lula, esclarecer todas as acusações:
Excelentíssimo Senhor
Luiz Inácio Lula da Silva
DD Presidente da República
Nesta
Senhor Presidente,
Nos últimos dias fui surpreendida por uma série de matérias veiculadas por alguns órgãos da imprensa contendo acusações que envolvem funcionários e familiares meus.
Tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.
Não posso, não devo e nem quero furtar-me à tarefa de esclarecer todas essas acusações e nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca de minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz ou permiti que se fizesse, ao longo de toda essa trajetória de trinta anos, que não tenha sido no estrito cumprimento de meus deveres.
Agradeço a confiança de Vossa Excelência ao designar-me para a honrosa função de Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, e solicito em caráter irrevogável que aceite meu pedido de demissão.
Cabe-me, daqui por diante, a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.
Brasília (DF), 15 de setembro de 2010.
ERENICE GUERRA
Desespero!
Irritado com os resultados das pesquisas, Serra espera ganhar votos abandonando entrevista na televisão...
Tô nem aí para o escândalo da receita
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Será que a moda pega?
Mesmo sabendo que os processos são analisados pela Justiça, a grande mídia faz questão de denunciar o que chama de Bolsa Ditadura, ao se referir às indenizações pagas aos perseguidos pelo golpe militar de 64.
O caseiro Francenildo não ficou preso, não foi torturado ou morto e nem teve seus direitos políticos cassados por crime de opinião. Mas receberá R$ 500 mil pela quebra de seu sigilo bancário.
Quanto receberão os contribuintes que tiveram seus sigilos fiscais violados, junto com os de Verônica Serra, na receita federal?
E quanto receberão de indenização os quase 60 milhões de correntistas que tiveram seus dados bancários expostos na internet pela empresa de Verônica Serra?
O caseiro Francenildo não ficou preso, não foi torturado ou morto e nem teve seus direitos políticos cassados por crime de opinião. Mas receberá R$ 500 mil pela quebra de seu sigilo bancário.
Quanto receberão os contribuintes que tiveram seus sigilos fiscais violados, junto com os de Verônica Serra, na receita federal?
E quanto receberão de indenização os quase 60 milhões de correntistas que tiveram seus dados bancários expostos na internet pela empresa de Verônica Serra?
Serra não quer mais saber do sigilo da filha
Serra se irrita e ameaça deixar entrevista de TV
Priscila Tieppo, TERRA
Em gravação do programa Jogo do Poder, da CNT, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, se irritou com perguntas sobre a quebra de sigilos de tucanos e pesquisas e ameaçou deixar a entrevista.
O candidato disse que eles "estavam perdendo tempo falando daqueles assuntos", enquanto podiam dar ênfase aos programas de governo dele.
Após a apresentadora Márcia Peltier citar que a quebra de sigilo teria acontecido em 2009, antes do anúncio das candidaturas à presidência, Serra subiu o tom:
- Que antes da candidatura, Márcia? Nós estamos gastando tempo aqui precioso, estamos repetindo os argumentos do PT, que você sabe que são fajutos, estamos perdendo tempo aqui. >>>>
Priscila Tieppo, TERRA
Em gravação do programa Jogo do Poder, da CNT, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, se irritou com perguntas sobre a quebra de sigilos de tucanos e pesquisas e ameaçou deixar a entrevista.
O candidato disse que eles "estavam perdendo tempo falando daqueles assuntos", enquanto podiam dar ênfase aos programas de governo dele.
Após a apresentadora Márcia Peltier citar que a quebra de sigilo teria acontecido em 2009, antes do anúncio das candidaturas à presidência, Serra subiu o tom:
- Que antes da candidatura, Márcia? Nós estamos gastando tempo aqui precioso, estamos repetindo os argumentos do PT, que você sabe que são fajutos, estamos perdendo tempo aqui. >>>>
Crescimento do Nordeste provoca falta de mão de obra no Sul
Vão dizer que a culpa é do Lula. Aliás, não. Que a culpa é da Dilma. Pior que é verdade. As transformações econômicas tem segurado o nordestino em casa e, conseqüentemente, provocado falta de mão de obra no Sul e Sudeste. A coisa anda tão feia que até supermercados estão abrindo mão de contratar pessoal com ensino médio e aceitando trabalhadores com ensino fundamental. >>>>
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Esse não volta mais
A disputa para o senado no Amazonas:
Eduardo Braga 80%
Vanessa Grazziotin 39%
Arthur Virgílio 34%
Eduardo Braga 80%
Vanessa Grazziotin 39%
Arthur Virgílio 34%
A Folha ofendidinha...
A Folha de S. Paulo, que nos anos militares emprestava carros de reportagem aos torturadores, em editorial, ficou ofendidinha com a resposta de Dilma Rousseff à pergunta da jornalista Renata Lo Prete no debate que promoveu em conjunto com a RedeTV. Então, porque perguntou?
E porque, neste editorial, só reproduziu a resposta e reduziu a pergunta "Candidata, a senhora colocaria a mão no fogo por Erenice Guerra, que foi seu braço direito na Casa Civil e assumiu o ministério quando a senhora saiu do governo para disputar a eleição?" à expressão "uma pergunta"?
Não é simplesmente "uma pergunta". É A PERGUNTA. O diretor presidente da Folha de S. Paulo, jornal que nos anos militares emprestava carros de reportagem aos torturadores, poria a mão no fogo por alguém? Poria a mão no fogo pela própria mãe ou poria a mãe no fogo? E a jornalista, poria a mão no fogo por sua própria pergunta?
Quem pergunta o que quer pode ouvir o que não quer. E não há motivo para a Folha se sentir ofendida. Em que a pergunta de Renata Lo Prete contribui para o eleitor conhecer melhor a candidata? Em nada, mas a pergunta de Dilma contribui, sim.
E porque, neste editorial, só reproduziu a resposta e reduziu a pergunta "Candidata, a senhora colocaria a mão no fogo por Erenice Guerra, que foi seu braço direito na Casa Civil e assumiu o ministério quando a senhora saiu do governo para disputar a eleição?" à expressão "uma pergunta"?
Não é simplesmente "uma pergunta". É A PERGUNTA. O diretor presidente da Folha de S. Paulo, jornal que nos anos militares emprestava carros de reportagem aos torturadores, poria a mão no fogo por alguém? Poria a mão no fogo pela própria mãe ou poria a mãe no fogo? E a jornalista, poria a mão no fogo por sua própria pergunta?
Quem pergunta o que quer pode ouvir o que não quer. E não há motivo para a Folha se sentir ofendida. Em que a pergunta de Renata Lo Prete contribui para o eleitor conhecer melhor a candidata? Em nada, mas a pergunta de Dilma contribui, sim.
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CNT/Sensus: Dilma 50,5%; Serra: 26,4%
Resultado mostra que Dilma cresceu durante escândalo Verônica Serra
Encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a pesquisa do Instituto Sensus, divulgada nesta terça-feira, aponta o crescimento da candidata Dilma Rousseff e queda de José Serra. Enquanto Dilma foi de 46% para 50,5%, Serra caiu de 28,1% para 26,4%. A variação dos números ocorreu durante o bombardeio a que Dilma foi submetida durante o horário de propaganda eleitoral na televisão e no rádio, acusada de responsabilidade direta na quebra do sigilo fiscal da filha de Serra, Verônica, e a repercussão das acusações na mídia oposicionista.
Segundo Clésio de Andrade, presidente da CNT, a pesquisa não absorveu o escândalo da semana, as acusações da revista Veja contra a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Na pesquisa espontânea, Dilma obteve 44,3%, Serra 23% e Marina 7,1%.
Em eventual segundo turno, Dilma venceria com 55,5% dos votos contra 32,9% de Serra.
Encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a pesquisa do Instituto Sensus, divulgada nesta terça-feira, aponta o crescimento da candidata Dilma Rousseff e queda de José Serra. Enquanto Dilma foi de 46% para 50,5%, Serra caiu de 28,1% para 26,4%. A variação dos números ocorreu durante o bombardeio a que Dilma foi submetida durante o horário de propaganda eleitoral na televisão e no rádio, acusada de responsabilidade direta na quebra do sigilo fiscal da filha de Serra, Verônica, e a repercussão das acusações na mídia oposicionista.
Segundo Clésio de Andrade, presidente da CNT, a pesquisa não absorveu o escândalo da semana, as acusações da revista Veja contra a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Na pesquisa espontânea, Dilma obteve 44,3%, Serra 23% e Marina 7,1%.
Em eventual segundo turno, Dilma venceria com 55,5% dos votos contra 32,9% de Serra.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Podia dormir sem essa, Lo Prete!
Não podia faltar, claro, no debate de ontem entre os presidenciáveis, levado ao ar pela RedeTV, a perguntinha mais óbvia, feita pela mais óbvia das calunistas da Folha, à candidata Dilma Roussef:
Renata Loprete: Candidata, a senhora colocaria a mão no fogo por Erenice Guerra, que foi seu braço direito na Casa Civil e assumiu o ministério quando a senhora saiu do governo para disputar a eleição?
Dilma Roussef: O que se tem publicado nos jornais é uma acusação contra o filho da ministra. Essa acusação contra o filho da ministra, o governo deve apurar de forma rigorosa. (...) Eu não concordo, não vou aceitar que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora. Acho que isso cheira a manobra eleitoreira sistematicamente feita contra mim e contra a minha campanha.
Mas a parte mais interessante da resposta, estranho, né?, ninguém repercutiu, foi a pergunta da candidata Dilma à repórter:
Dilma Roussef: Você acha correto responsabilizar o diretor presidente da tua empresa pelo que foi feito pelo filho de um funcionário dele?
Pergunta e resposta estão no vídeo abaixo, a partir dos 2:40m.
Renata Loprete: Candidata, a senhora colocaria a mão no fogo por Erenice Guerra, que foi seu braço direito na Casa Civil e assumiu o ministério quando a senhora saiu do governo para disputar a eleição?
Dilma Roussef: O que se tem publicado nos jornais é uma acusação contra o filho da ministra. Essa acusação contra o filho da ministra, o governo deve apurar de forma rigorosa. (...) Eu não concordo, não vou aceitar que se julgue a minha pessoa baseado no que aconteceu com o filho de uma ex-assessora. Acho que isso cheira a manobra eleitoreira sistematicamente feita contra mim e contra a minha campanha.
Mas a parte mais interessante da resposta, estranho, né?, ninguém repercutiu, foi a pergunta da candidata Dilma à repórter:
Dilma Roussef: Você acha correto responsabilizar o diretor presidente da tua empresa pelo que foi feito pelo filho de um funcionário dele?
Pergunta e resposta estão no vídeo abaixo, a partir dos 2:40m.
domingo, 12 de setembro de 2010
Até tu, Verônica?!?!?
Extinta empresa de Verônica Serra expôs os dados bancários de 60 milhões de brasileiros obtidos em acordo questionável com o governo FHC
Leandro Fortes - Carta Capital
Em 30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um caso escabroso.
Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava Decidir.com e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: Verônica Allende Serra e Verônica Dantas Rodenburg.
Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral. Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias.
Naquele começo de 2001, ainda durante o segundo mandato do presidente FHC, Temer não haveria de receber uma reposta de Fraga. Esta, se enviada algum dia, nunca foi registrada no protocolo da presidência da Casa. O deputado deixou o cargo menos de um mês depois de enviar o ofício ao Banco Central e foi sucedido pelo tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, hoje candidato ao Senado. Passados nove anos, o hoje candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff garante que nunca mais teve qualquer informação sobre o assunto, nem do Banco Central nem de autoridade federal alguma. Nem ele nem ninguém.
Graças à leniência do governo FHC e à então boa vontade da mídia, que não enxergou, como agora, nenhum indício de um grave atentado contra os direitos dos cidadãos, a história ficou reduzida a um escândalo de emissão de cheques sem fundos por parte de deputados federais.
Temer decidiu chamar o Banco Central às falas no mesmo dia em que uma matéria da Folha de São Paulo informava que, graças ao passe livre do Decidir.com, era possível a qualquer um acessar não só os dados bancários de todos os brasileiros com conta corrente ativa, mas também o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), a chamada “lista negra”do BC. Com base nessa facilidade, o jornal paulistano acessou os dados bancários de 692 autoridades brasileiras e se concentrou na existência de 18 deputados enrolados com cheques sem fundos, posteriormente constrangidos pela exposição pública de suas mazelas financeiras.
Entre esses parlamentares despontava o deputado Severino Cavalcanti, então do PPB (atual PP) de Pernambuco, que acabaria por se tornar presidente da Câmara dos Deputados, em 2005, com o apoio da oposição comandada pelo PSDB e pelo ex-PFL (atual DEM). Os congressistas expostos pela reportagem pertenciam a partidos diversos: um do PL, um do PPB, dois do PT, três do PFL, cinco do PSDB e seis do PMDB. Desses, apenas três permanecem com mandato na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Gervásio Silva (DEM-SC) e Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Por conta da campanha eleitoral, CartaCapital conseguiu contato com apenas um deles, Paulo Rocha. Via assessoria de imprensa, ele informou apenas não se lembrar de ter entrado ou não com alguma ação judicial contra a Decidir.com por causa da quebra de sigilo bancário.
Na época do ocorrido, a reportagem da Folha ignorou a presença societária na Decidir.com tanto de Verônica Serra, filha do candidato tucano, como de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Verônica D. e o irmão Dantas foram indiciados, em 2008, pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, por crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e empréstimo vedado.
Verônica também é investigada por participação no suborno a um delegado federal que resultou na condenação do irmão a dez anos de cadeia. E também por irregularidades cometidas pelo Opportunity Fund: nos anos 90, à revelia das leis brasileiras, o fundo operava dinheiro de nacionais no exterior por meio de uma facilidade criada pelo BC chamada Anexo IV e dirigida apenas a estrangeiros.
A forma como a empresa das duas Verônicas conseguiu acesso aos dados de milhões de correntistas brasileiros, feita a partir de um convênio com o Banco do Brasil, sob a presidência do tucano Paolo Zaghen, é fruto de uma negociação nebulosa. A Decidir.com não existe mais no Brasil desde março de 2002, quando foi tornada inativa em Miami, e a dupla tem se recusado, sistematicamente, a sequer admitir que fossem sócias, apesar das evidências documentais a respeito.
À época, uma funcionária do site, Cíntia Yamamoto, disse ao jornal que a Decidir.com dedicava-se a orientar o comércio sobre a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, nos moldes da Serasa, empresa criada por bancos em 1968. Uma “falha”no sistema teria deixado os dados abertos ao público. Para acessá-los, bastava digitar o nome completo dos correntistas.
A informação dada por Yamamoto não era, porém, verdadeira. O site da Decidir.com, da forma como foi criado em Miami, tinha o seguinte aviso para potenciais clientes interessados em participar de negócios no Brasil: “encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”. Era, por assim dizer, um balcão facilitador montado nos Estados Unidos que tinha como sócias a filha do então ministro da Saúde, titular de uma pasta recheada de pesadas licitações, e a irmã de um banqueiro que havia participado ativamente das privatizações do governo FHC.
A ação do Decidir.com é crime de quebra de sigilo fiscal. O uso do CCF do Banco Central é disciplinado pela Resolução 1.682 do Conselho Monetário Nacional, de 31 de janeiro de 1990, que proíbe divulgação de dados a terceiros. A divulgação das informações também é caracterizada como quebra de sigilo bancário pela Lei n˚ 4.595, de 1964.
O Banco Central deveria ter instaurado um processo administrativo para averiguar os termos do convênio feito entre a Decidir.com e o Banco do Brasil, pois a empresa não era uma entidade de defesa do crédito, mas de promoção de concorrência. As duas também deveriam ter sido alvo de uma investigação da polícia federal, mas nada disso ocorreu. O ministro da Justiça de então era José Gregori, atual tesoureiro da campanha de Serra.
A inércia do Ministério da Justiça, no caso, pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período. A Polícia Federal era comandada por um tucano de carteirinha, o delgado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PSDB. A vida de Serra e de outros integrantes do partido, entre os quais o presidente Fernando Henrique, estava razoavelmente bagunçada por conta de outra investigação, relativa ao caso do chamado Dossiê Cayman, uma papelada falsa, forjada por uma quadrilha de brasileiros em Miami, que insinuava a existência de uma conta tucana clandestina no Caribe para guardar dinheiro supostamente desviado das privatizações.
Portanto, uma nova investigação a envolver Serra, ainda mais com a família de Dantas a reboque, seria politicamente um desastre para quem pretendia, no ano seguinte, se candidatar à Presidência. A morte súbita do caso, sem que nenhuma autoridade federal tivesse se animado a investigar a monumental quebra de sigilo bancário não chega a ser, por isso, um mistério insondável.
Além de Temer, apenas outro parlamentar, o ex-deputado bispo Wanderval, que pertencia ao PL de São Paulo, se interessou pelo assunto. Em fevereiro de 2001, ele encaminhou um requerimento de informações ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, no qual solicitava providências a respeito do vazamento de informações bancárias promovido pela Decidir.com.
Fora da política desde 2006, o bispo não foi encontrado por CartaCapital para informar se houve resposta. Também procurada, a assessoria do Banco Central não deu qualquer informação oficial sobre as razões de o órgão não ter tomado medidas administrativas e judiciais quando soube da quebra de sigilo bancário.
Fundada em 5 de março de 2000, a Decidir.com foi registrada na Divisão de Corporações do estado da Flórida, com endereço em um prédio comercial da elegante Brickell Avenue, em Miami. Tratava-se da subsidiária americana de uma empresa de mesmo nome criada na Argentina, mas também com filiais no Chile (onde Verônica Serra nasceu, em 1969, quando o pai estava exilado), México, Venezuela e Brasil.
A diretoria-executiva registrada em Miami era composta, além de Verônica Serra, por Verônica Dantas, do Oportunity, Brian Kim, do Citibank, e por mais três sócios da Decidir.com da Argentina, Guy Nevo, Esteban Nofal e Esteban Brenman. À época, o Citi era o grande fiador dos negócios de Dantas mundo afora. Segundo informação das autoridades dos Estados Unidos, a empresa fechou dois anos depois, em 5 de março de 2002. Manteve-se apenas em Buenos Aires, mas com um novo slogan: “com os nossos serviços você poderá concretizar negócios seguros, evitando riscos desnecessários”.
Quando se associou a Verônica D. Na Decidir.com, em 2000, Verônica S. era diretora para a América Latina da companhia de investimentos International Real Returns (IRR), de Nova York, que administrava uma carteira de negócios de 660 bilhões de dólares. Advogada formada pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Harvard, nos EUA, Verônica S. também se tornou conselheira de uma série de companhias dedicadas ao comércio digital na América Latina, entre elas a Patagon.com, Chinook.com, TokenZone.com, Gemelo.com, Edgix, BB2W, Latinarte.com, Movilogic e Endeavor Brasil. Entre 1997 e 1998, havia sido vice-presidente da Leucadia National Corporation, uma companhia de investimentos de 3 bilhões de dólares especializada nos mercados da América Latina, Ásia e Europa. Também foi funcionária do Goldman Sachs, em Nova York.
Verônica S. ainda era sócia do pai na ACP – Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, fundada em 1993. A empresa funcionava em um escritório no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, cujo proprietário era o cunhado do candidato tucano, Gregório Marin Preciado, ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo de São Paulo, em 1993.
Preciado obteve uma redução de dívida no Banco do Brasil de 448 milhões de reais para irrisórios 4,1 milhões de reais no governo FHC, quando Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanha de Serra, era diretor da área internacional do BB e articulava as privatizações.
Por coincidência, as relações de Verônica S. com a Decidir.com e a ACP fazem parte do livro Os Porões da Privataria, a ser lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Em 2011.
De acordo com o texto de Ribeiro Jr., a Decidir.com foi basicamente financiada, no Brasil, pelo Banco Opportunity com um capital de 5 milhões de dólares. Em seguida, transferiu-se, com o nome de Decidir International Limited, para o escritório do Ctco Building, em Road Town, Ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, famoso paraíso fiscal no Caribe.
De lá, afirma o jornalista, a Decidir.com internalizou 10 milhões de reais em ações da empresa no Brasil, que funcionava no escritório da própria Verônica S. A essas empresas deslocadas para vários lugares, mas sempre com o mesmo nome, o repórter apelida, no livro, de “empresas-camaleão”.
Oficialmente, Verônica S. e Verônica D. abandonaram a Decidir.com em março de 2001 por conta do chamado “estouro da bolha” da internet – iniciado um ano antes, em 2000, quando elas se associaram em Miami. A saída de ambas da sociedade coincide, porém, com a operação abafa que se seguiu à notícia sobre a quebra de sigilo bancário dos brasileiros pela companhia.
Em julho de 2008, logo depois da Operação Satiagraha, a filha de Serra chegou a divulgar uma nota oficial para tentar descolar o seu nome da irmã de Dantas. “Não conheço Verônica Dantas, nem pessoalmente, nem de vista, nem por telefone, nem por e-mail”, anunciou.
Segundo ela, a irmã do banqueiro nunca participou de nenhuma reunião de conselho da Decidir.com. Os encontros mensais ocorriam, em geral, em Buenos Aires. Verônica Serra garantiu que a xará foi apenas “indicada”pelo Consórcio Citibank Venture Capital (CVC)/Opportunity como representante no conselho de administração da empresa fundada em Miami. Ela também negou ter sido sócia da Decidir.com, mas apenas “representante”da IRR na empresa. Mas os documentos oficiais a desmentem.
Leandro Fortes - Carta Capital
Em 30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um caso escabroso.
Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava Decidir.com e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: Verônica Allende Serra e Verônica Dantas Rodenburg.
Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral. Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias.
Naquele começo de 2001, ainda durante o segundo mandato do presidente FHC, Temer não haveria de receber uma reposta de Fraga. Esta, se enviada algum dia, nunca foi registrada no protocolo da presidência da Casa. O deputado deixou o cargo menos de um mês depois de enviar o ofício ao Banco Central e foi sucedido pelo tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, hoje candidato ao Senado. Passados nove anos, o hoje candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff garante que nunca mais teve qualquer informação sobre o assunto, nem do Banco Central nem de autoridade federal alguma. Nem ele nem ninguém.
Graças à leniência do governo FHC e à então boa vontade da mídia, que não enxergou, como agora, nenhum indício de um grave atentado contra os direitos dos cidadãos, a história ficou reduzida a um escândalo de emissão de cheques sem fundos por parte de deputados federais.
Temer decidiu chamar o Banco Central às falas no mesmo dia em que uma matéria da Folha de São Paulo informava que, graças ao passe livre do Decidir.com, era possível a qualquer um acessar não só os dados bancários de todos os brasileiros com conta corrente ativa, mas também o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), a chamada “lista negra”do BC. Com base nessa facilidade, o jornal paulistano acessou os dados bancários de 692 autoridades brasileiras e se concentrou na existência de 18 deputados enrolados com cheques sem fundos, posteriormente constrangidos pela exposição pública de suas mazelas financeiras.
Entre esses parlamentares despontava o deputado Severino Cavalcanti, então do PPB (atual PP) de Pernambuco, que acabaria por se tornar presidente da Câmara dos Deputados, em 2005, com o apoio da oposição comandada pelo PSDB e pelo ex-PFL (atual DEM). Os congressistas expostos pela reportagem pertenciam a partidos diversos: um do PL, um do PPB, dois do PT, três do PFL, cinco do PSDB e seis do PMDB. Desses, apenas três permanecem com mandato na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Gervásio Silva (DEM-SC) e Aníbal Gomes (PMDB-CE).
Por conta da campanha eleitoral, CartaCapital conseguiu contato com apenas um deles, Paulo Rocha. Via assessoria de imprensa, ele informou apenas não se lembrar de ter entrado ou não com alguma ação judicial contra a Decidir.com por causa da quebra de sigilo bancário.
Na época do ocorrido, a reportagem da Folha ignorou a presença societária na Decidir.com tanto de Verônica Serra, filha do candidato tucano, como de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Verônica D. e o irmão Dantas foram indiciados, em 2008, pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, por crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta de instituição financeira e empréstimo vedado.
Verônica também é investigada por participação no suborno a um delegado federal que resultou na condenação do irmão a dez anos de cadeia. E também por irregularidades cometidas pelo Opportunity Fund: nos anos 90, à revelia das leis brasileiras, o fundo operava dinheiro de nacionais no exterior por meio de uma facilidade criada pelo BC chamada Anexo IV e dirigida apenas a estrangeiros.
A forma como a empresa das duas Verônicas conseguiu acesso aos dados de milhões de correntistas brasileiros, feita a partir de um convênio com o Banco do Brasil, sob a presidência do tucano Paolo Zaghen, é fruto de uma negociação nebulosa. A Decidir.com não existe mais no Brasil desde março de 2002, quando foi tornada inativa em Miami, e a dupla tem se recusado, sistematicamente, a sequer admitir que fossem sócias, apesar das evidências documentais a respeito.
À época, uma funcionária do site, Cíntia Yamamoto, disse ao jornal que a Decidir.com dedicava-se a orientar o comércio sobre a inadimplência de pessoas físicas e jurídicas, nos moldes da Serasa, empresa criada por bancos em 1968. Uma “falha”no sistema teria deixado os dados abertos ao público. Para acessá-los, bastava digitar o nome completo dos correntistas.
A informação dada por Yamamoto não era, porém, verdadeira. O site da Decidir.com, da forma como foi criado em Miami, tinha o seguinte aviso para potenciais clientes interessados em participar de negócios no Brasil: “encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”. Era, por assim dizer, um balcão facilitador montado nos Estados Unidos que tinha como sócias a filha do então ministro da Saúde, titular de uma pasta recheada de pesadas licitações, e a irmã de um banqueiro que havia participado ativamente das privatizações do governo FHC.
A ação do Decidir.com é crime de quebra de sigilo fiscal. O uso do CCF do Banco Central é disciplinado pela Resolução 1.682 do Conselho Monetário Nacional, de 31 de janeiro de 1990, que proíbe divulgação de dados a terceiros. A divulgação das informações também é caracterizada como quebra de sigilo bancário pela Lei n˚ 4.595, de 1964.
O Banco Central deveria ter instaurado um processo administrativo para averiguar os termos do convênio feito entre a Decidir.com e o Banco do Brasil, pois a empresa não era uma entidade de defesa do crédito, mas de promoção de concorrência. As duas também deveriam ter sido alvo de uma investigação da polícia federal, mas nada disso ocorreu. O ministro da Justiça de então era José Gregori, atual tesoureiro da campanha de Serra.
A inércia do Ministério da Justiça, no caso, pode ser explicada pelas circunstâncias políticas do período. A Polícia Federal era comandada por um tucano de carteirinha, o delgado Agílio Monteiro Filho, que chegou a se candidatar, sem sucesso, à Câmara dos Deputados em 2002, pelo PSDB. A vida de Serra e de outros integrantes do partido, entre os quais o presidente Fernando Henrique, estava razoavelmente bagunçada por conta de outra investigação, relativa ao caso do chamado Dossiê Cayman, uma papelada falsa, forjada por uma quadrilha de brasileiros em Miami, que insinuava a existência de uma conta tucana clandestina no Caribe para guardar dinheiro supostamente desviado das privatizações.
Portanto, uma nova investigação a envolver Serra, ainda mais com a família de Dantas a reboque, seria politicamente um desastre para quem pretendia, no ano seguinte, se candidatar à Presidência. A morte súbita do caso, sem que nenhuma autoridade federal tivesse se animado a investigar a monumental quebra de sigilo bancário não chega a ser, por isso, um mistério insondável.
Além de Temer, apenas outro parlamentar, o ex-deputado bispo Wanderval, que pertencia ao PL de São Paulo, se interessou pelo assunto. Em fevereiro de 2001, ele encaminhou um requerimento de informações ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, no qual solicitava providências a respeito do vazamento de informações bancárias promovido pela Decidir.com.
Fora da política desde 2006, o bispo não foi encontrado por CartaCapital para informar se houve resposta. Também procurada, a assessoria do Banco Central não deu qualquer informação oficial sobre as razões de o órgão não ter tomado medidas administrativas e judiciais quando soube da quebra de sigilo bancário.
Fundada em 5 de março de 2000, a Decidir.com foi registrada na Divisão de Corporações do estado da Flórida, com endereço em um prédio comercial da elegante Brickell Avenue, em Miami. Tratava-se da subsidiária americana de uma empresa de mesmo nome criada na Argentina, mas também com filiais no Chile (onde Verônica Serra nasceu, em 1969, quando o pai estava exilado), México, Venezuela e Brasil.
A diretoria-executiva registrada em Miami era composta, além de Verônica Serra, por Verônica Dantas, do Oportunity, Brian Kim, do Citibank, e por mais três sócios da Decidir.com da Argentina, Guy Nevo, Esteban Nofal e Esteban Brenman. À época, o Citi era o grande fiador dos negócios de Dantas mundo afora. Segundo informação das autoridades dos Estados Unidos, a empresa fechou dois anos depois, em 5 de março de 2002. Manteve-se apenas em Buenos Aires, mas com um novo slogan: “com os nossos serviços você poderá concretizar negócios seguros, evitando riscos desnecessários”.
Quando se associou a Verônica D. Na Decidir.com, em 2000, Verônica S. era diretora para a América Latina da companhia de investimentos International Real Returns (IRR), de Nova York, que administrava uma carteira de negócios de 660 bilhões de dólares. Advogada formada pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Harvard, nos EUA, Verônica S. também se tornou conselheira de uma série de companhias dedicadas ao comércio digital na América Latina, entre elas a Patagon.com, Chinook.com, TokenZone.com, Gemelo.com, Edgix, BB2W, Latinarte.com, Movilogic e Endeavor Brasil. Entre 1997 e 1998, havia sido vice-presidente da Leucadia National Corporation, uma companhia de investimentos de 3 bilhões de dólares especializada nos mercados da América Latina, Ásia e Europa. Também foi funcionária do Goldman Sachs, em Nova York.
Verônica S. ainda era sócia do pai na ACP – Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda, fundada em 1993. A empresa funcionava em um escritório no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, cujo proprietário era o cunhado do candidato tucano, Gregório Marin Preciado, ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), nomeado quando Serra era secretário de Planejamento do governo de São Paulo, em 1993.
Preciado obteve uma redução de dívida no Banco do Brasil de 448 milhões de reais para irrisórios 4,1 milhões de reais no governo FHC, quando Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-arrecadador de campanha de Serra, era diretor da área internacional do BB e articulava as privatizações.
Por coincidência, as relações de Verônica S. com a Decidir.com e a ACP fazem parte do livro Os Porões da Privataria, a ser lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Em 2011.
De acordo com o texto de Ribeiro Jr., a Decidir.com foi basicamente financiada, no Brasil, pelo Banco Opportunity com um capital de 5 milhões de dólares. Em seguida, transferiu-se, com o nome de Decidir International Limited, para o escritório do Ctco Building, em Road Town, Ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, famoso paraíso fiscal no Caribe.
De lá, afirma o jornalista, a Decidir.com internalizou 10 milhões de reais em ações da empresa no Brasil, que funcionava no escritório da própria Verônica S. A essas empresas deslocadas para vários lugares, mas sempre com o mesmo nome, o repórter apelida, no livro, de “empresas-camaleão”.
Oficialmente, Verônica S. e Verônica D. abandonaram a Decidir.com em março de 2001 por conta do chamado “estouro da bolha” da internet – iniciado um ano antes, em 2000, quando elas se associaram em Miami. A saída de ambas da sociedade coincide, porém, com a operação abafa que se seguiu à notícia sobre a quebra de sigilo bancário dos brasileiros pela companhia.
Em julho de 2008, logo depois da Operação Satiagraha, a filha de Serra chegou a divulgar uma nota oficial para tentar descolar o seu nome da irmã de Dantas. “Não conheço Verônica Dantas, nem pessoalmente, nem de vista, nem por telefone, nem por e-mail”, anunciou.
Segundo ela, a irmã do banqueiro nunca participou de nenhuma reunião de conselho da Decidir.com. Os encontros mensais ocorriam, em geral, em Buenos Aires. Verônica Serra garantiu que a xará foi apenas “indicada”pelo Consórcio Citibank Venture Capital (CVC)/Opportunity como representante no conselho de administração da empresa fundada em Miami. Ela também negou ter sido sócia da Decidir.com, mas apenas “representante”da IRR na empresa. Mas os documentos oficiais a desmentem.
sábado, 11 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Como é bom ler o blog da Míriam Leitão...
Emprego na indústria avança pela sétima vez seguida
Nuci cai pela 3ª vez, enquanto atividade industrial cresce
BC diz que aumentou a potência da política monetária
Brasil tem três meses de inflação zero
Sirvam-se à vontade!
Nuci cai pela 3ª vez, enquanto atividade industrial cresce
BC diz que aumentou a potência da política monetária
Brasil tem três meses de inflação zero
Sirvam-se à vontade!
Pra quê isso?
Essa musiquinha, fala sério, exagerou! As pessoas vão votar na Dilma porque aprovam o governo, não é de mãe que o Brasil precisa.
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Programa eleitoral
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Senado romeno veta imposto para bruxas
Com medo de serem amaldiçoados, senadores romenos rejeitaram a proposta que estabelecia a cobrança de impostos sobre previsões e bruxarias e responsabilizava legalmente os profissionais do ramo por serviços que não viessem a se concretizar.
Bruxos são ateus por princípio e, considerada uma heresia, a bruxaria foi violentamente combatida na Idade Média (e até nos dias atuais). A bruxaria é seguida por milhares de praticantes no mundo inteiro.
A última execução de uma pessoa acusada de bruxaria ocorreu na Suíça, em 1782. Ana Göldi, decapitada por acusação de envenenar uma criança, foi reabilitada recentemente pela justiça local.
Bruxos são ateus por princípio e, considerada uma heresia, a bruxaria foi violentamente combatida na Idade Média (e até nos dias atuais). A bruxaria é seguida por milhares de praticantes no mundo inteiro.
A última execução de uma pessoa acusada de bruxaria ocorreu na Suíça, em 1782. Ana Göldi, decapitada por acusação de envenenar uma criança, foi reabilitada recentemente pela justiça local.
Irâ suspende apedrejamento de Sakineh
Mas família exige provas
A chancelaria iraniana anunciou esta semana a suspensão da pena de morte por apedrejamento de Sakineh Mohamadih Ashtiani, condenada por acusações de adultério e participação no assassinato do marido. Os iraniamnos negam mas avalia-se que a pressão internacional foi o que impediu a execução da mulher. Os filhos de Sakineh, dizem que não receberam nenhum documento oficial confirmando a suspensão da pena e apelam à comunidade internacional para manter a pressão. O filho de Sakineh, Sajjad, apelou diretamente ao Brasil e à Turquia para que não deixem de lutar pela libertação de sua mãe.
A chancelaria iraniana anunciou esta semana a suspensão da pena de morte por apedrejamento de Sakineh Mohamadih Ashtiani, condenada por acusações de adultério e participação no assassinato do marido. Os iraniamnos negam mas avalia-se que a pressão internacional foi o que impediu a execução da mulher. Os filhos de Sakineh, dizem que não receberam nenhum documento oficial confirmando a suspensão da pena e apelam à comunidade internacional para manter a pressão. O filho de Sakineh, Sajjad, apelou diretamente ao Brasil e à Turquia para que não deixem de lutar pela libertação de sua mãe.
Dirceu no governo
Outro dia foi a Cristiane Pelajo, fazendo o tipo sargentão de interrogatório, interpelando (embora jure que foi só uma entrevista) Dilma. Hoje o Merval Pereira dedica quase uma coluna inteira à participação de José Dirceu num eventual futuro governo. Parece até torcida. Se continuarem com a campanha, não será surpresa a nomeação do "chefe da quadrilha", de volta à Casa Civil.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
A notícia que William Bonner não deu
Servidora citada em quebra de sigilo é filiada ao PMDB, diz TRE
A assessoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou na manhã desta terça-feira (7) que Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, servidora da Receita Federal citada no inquérito que apura o envolvimento de funcionários do órgão na quebra de sigilos fiscais, é filiada ao PMDB paulista desde setembro de 1981.
(JusBrasil)
Atualização: Por questão de justiça é preciso registrar que Folha, Globo e Estadão noticiaram a filiação de Ana Maria Canon (que não entre pelo sobrenome). Mas ao contrário do contador de Mauá e do analista de Formiga, que mereceram destaque na primeiras páginas, escondidinha, lá onde quase ninguém lê, e sem qualquer mencionar que é o PMDB do Quércia, aliado de Serra...
A assessoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou na manhã desta terça-feira (7) que Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, servidora da Receita Federal citada no inquérito que apura o envolvimento de funcionários do órgão na quebra de sigilos fiscais, é filiada ao PMDB paulista desde setembro de 1981.
(JusBrasil)
Atualização: Por questão de justiça é preciso registrar que Folha, Globo e Estadão noticiaram a filiação de Ana Maria Canon (que não entre pelo sobrenome). Mas ao contrário do contador de Mauá e do analista de Formiga, que mereceram destaque na primeiras páginas, escondidinha, lá onde quase ninguém lê, e sem qualquer mencionar que é o PMDB do Quércia, aliado de Serra...
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Qualquer semelhança...
Cientistas observam chimpanzés desativando armadilhas humanas
Matt Walker
Editor da BBC Earth News
Chimpanzés selvagens estão aprendendo a driblar as armadilhas de caçadores humanos nas florestas da Guiné, segundo pesquisadores.
O que mais impressionou os especialistas é que os chimpanzés tomam a iniciativa de procurar e desativar as armadilhas sem se machucar.
Matt Walker
Editor da BBC Earth News
Chimpanzés selvagens estão aprendendo a driblar as armadilhas de caçadores humanos nas florestas da Guiné, segundo pesquisadores.
O que mais impressionou os especialistas é que os chimpanzés tomam a iniciativa de procurar e desativar as armadilhas sem se machucar.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Receita devolve ao Serpro funcionária suspeita de vender dados
A Receita Federal devolveu a servidora Adeilda Ferreira ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), seu órgão de origem. A funcionária responde a um processo administrativo da Corregedoria da Receita por permitir acesso a dados fiscais sigilosos de contribuintes a partir de seu terminal. Há suspeita de que os dados eram vendidos no mercado negro.
Na onda vermelha
Desde o mês passado as pesquisas começaram a mostrar que o movimento que impulsiona Dilma Roussef à vitória nas eleições já no primeiro turno estão empurrando também as demais candidaturas majoritárias e proporcionais apoiadas por Lula. Em São Paulo, Aloísio Mercadante, embora ainda longe de Alkmin, (47% a 23%) começa a crescer entre os leitores de Dilma e entre os que aprovam o governo Lula. Para o Senado, Netinho de Paula, do PC do B, empatou com Quércia, que desistiu para cuidar da saúde, e periga ir para Brasília com Martha Suplicy. No Rio de Janeiro, depois que Lula passou a pedir votos na televisão, Lindberg embolou-se com Crivella e Cesar Maia.
Com os índices favoráveis a Dilma praticamente consolidados há menos de um mês das eleições, a estratégia agora é trabalhar para ampliar a representação no Congresso, principalmente no Senado, onde o governo só tem maioria simples. Mas a oposição também quer tirar sua casquinha na popularidade do presidente. Serra teve que parar de usar a imagem de Lula, até porque seria difícil fazer alguém engolir a história de sua amizade com o presidente e ao mesmo tempo berrar que Dilma é culpada pela quebra do sigilo de sua filha. Mas na hora da boca de urna, dou um doce se não aparecer santinho de oposicionista ladeado por Dilma e Lula.
Com os índices favoráveis a Dilma praticamente consolidados há menos de um mês das eleições, a estratégia agora é trabalhar para ampliar a representação no Congresso, principalmente no Senado, onde o governo só tem maioria simples. Mas a oposição também quer tirar sua casquinha na popularidade do presidente. Serra teve que parar de usar a imagem de Lula, até porque seria difícil fazer alguém engolir a história de sua amizade com o presidente e ao mesmo tempo berrar que Dilma é culpada pela quebra do sigilo de sua filha. Mas na hora da boca de urna, dou um doce se não aparecer santinho de oposicionista ladeado por Dilma e Lula.
Porque Dilma
Consolidar a ruptura histórica operada pelo PT
Leonardo Boff
Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu,”capado e recapado, sangrado e ressangrado”.
Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguradados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os paises mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.
Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fôra construida com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam:”façamos nós a revolução antes que o povo a faça”.
E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de um outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.
Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade.
Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. A “Fome Zero”, depois a “Bolsa Família”, o “Crédito consignado”, o “Luz para todos”, a “Minha Casa, minha Vida, a “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.
Mas essa derrota inflingida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.
Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos.
O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituirem índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.
Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.
Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Ceslo Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida(1993):”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromer o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação”(p.35).
Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.
Leonardo Boff
Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu,”capado e recapado, sangrado e ressangrado”.
Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguradados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os paises mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.
Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fôra construida com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam:”façamos nós a revolução antes que o povo a faça”.
E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de um outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.
Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade.
Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. A “Fome Zero”, depois a “Bolsa Família”, o “Crédito consignado”, o “Luz para todos”, a “Minha Casa, minha Vida, a “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.
Mas essa derrota inflingida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.
Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos.
O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituirem índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.
Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.
Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Ceslo Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida(1993):”Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromer o nosso processo histórico de formação de um Estado-nação”(p.35).
Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.
domingo, 5 de setembro de 2010
A Peneira Federal
A questão não é saber onde está o sigilo da Verônica Serra, como perguntou o presidente no comício de ontem em Guarulhos. Também não cabe a crítica do presidente Lula ao programa eleitoral do Serra por usar o vazamento de informações sigilosas de correligionários do candidato e de sua filha extraídas dos computadores da Receita Federal, a quem cabe guardá-los. O Serra está certíssimo em levar o caso à campanha eleitoral. O PT faria um escarcéu muito maior se a situação fosse inversa. Enquanto tucanos acusam petistas pela violação dos dados, petistas rebatem dizendo que tudo foi armação tucana para incriminar a campanha governista. Armação tucana ou petista, o fato é que informações que jamais poderiam ter saído dos sistemas da Receita (que já está sendo chamada de Peneira Federal) podem ser encontradas bem ali na esquina há mais de um ano. E até agora ninguém foi preso.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Dá uma vontade de votar no Serra...
... quando a gente lê o índice de matérias do caderno Morar Bem, do Globo Online...
11h54m
No Arte de Portas Abertas, em Santa Teresa, peças decorativas que quebram a monotonia dos ambientes
19h49m
Construtoras poderão ser multadas por atraso na entrega de empreendimentos
16h41m
Déficit habitacional cai com a construção de 450 mil novas moradias desde 2007
12h26m
Crédito imobiliário para casais gays ganha mais mercado
12h06m
Casa moderna com tecnologias sustentáveis é construída em cidade industrial
11h29m
Construção civil retoma ritmo mais puxado de crescimento
12h03m
Um terço dos imóveis ofertados em julho foi alugado no mesmo mês
20h27m
Na Casa Cor, ambientes de apoio se destacam pela criatividade
20h26m
A decoração é mais uma das frentes de trabalho do versátil Moska
20h26m
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Se o Serra sabia...
... desde janeiro que o sigilo de sua filha tinha sido violado, por que vem reclamar só agora?
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Stephen Hawking: "universo criou-se do nada"
Em 1988, ao lançar seu best seller, Uma Breve História do Tempo, o professor Stephen Hawking surpreendeu afirmando que a existência de um criador não era incompatível com a ciência. Em novo livro, Hawking surpreende de novo, agora ao contestar a teoria de Isaac Newton, a quem sucede na Universidade de Cambridge e garantir: "não há lugar para Deus nas teorias de criação do universo".
Em 2006, Hawking, com outros renomados cientistas, participou de uma hilária entrevista coletiva na sede da Academia Real de Ciências, em Washington D.C. A pedido de autoridades religiosas como o próprio João Paulo II, eles se reuniram para discutir "a hipótese divina". Depois de muita discussão e alguma troca de sopapos, os cientistas anunciaram, muito a sério, que a frase "foi Deus" explicava tudo o que não podia ser explicado.
Em 2006, Hawking, com outros renomados cientistas, participou de uma hilária entrevista coletiva na sede da Academia Real de Ciências, em Washington D.C. A pedido de autoridades religiosas como o próprio João Paulo II, eles se reuniram para discutir "a hipótese divina". Depois de muita discussão e alguma troca de sopapos, os cientistas anunciaram, muito a sério, que a frase "foi Deus" explicava tudo o que não podia ser explicado.
E na falta do que dizer...
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
E daí?
Ainda não consegui verificar. Mas pelo interesse da Globo e o frenesi que o tema provoca na oposição, políticos que tiveram seus direitos políticos cassados podem perfeitamente ser nomeados para cargos de confiança nas esferas federal, estadual e municipal.
Já que o Serra quer porque quer tocar a Saúde no próximo governo, que tal o Roberto Jefferson dirigindo o Banco Central?
Priiii!!!
Como dizíamos...
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Jornalistas e leitores protestam contra fim do JB impresso
Palco de inúmeras manifestações culturais e políticas, a Cinelândia viveu nesta terça-feira (31) horas de muita emoção durante o protesto contra o fechamento do Jornal do Brasil, no dia em que o veículo circulou pela última vez depois de 119 anos de existência.
(mais na página do Sindicato)
Fidel assume culpa por onda homofóbica na revolução cubana
HAVANA (Reuters) - O ex-presidente cubano Fidel Castro assumiu a culpa pela onda homofóbica empreendida por seu governo há quase cinco décadas, quando marginalizou os homossexuais e os enviou a campos de trabalho agrícolas forçados, acusando-os de serem "contrarrevolucionários", disse ele ao jornal mexicano La Jornada.
(mais aqui)
(mais aqui)
Colou...
É triste ser oposição quando fica claro, até para a própria oposição, que a fatura está liquidada e só resta juntar os cacos, ir para casa e pensar na próxima. E reclamar da vida. O tema agora é a distribuição de cargos. Faltando pouco mais de um mês para as eleições, cabe discutir composição do futuro governo? E se o eleitor decidir que era tudo brincadeirinha, só para enganar, e votar no Serra, assim, depois que tiverem decidido quem fica onde e como?
Bom, mas enquanto o eleitor não decide aceitar que Serra é realmente o melhor candidato (pode conferir no Globo, Folha, Estadão e Veja, onlines ou não), eu não disse logo aí abaixo a que cargo ele se candidatava de fato? Parece que colou. É o que reclama, furibunda, d. Miriam, hoje, no Globo:
“Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: ‘A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil.’
Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: ‘Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.’
Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: ‘Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro.’ Já está até distribuindo o dinheiro público."
Já temos ministro da Saúde!!
Bom, mas enquanto o eleitor não decide aceitar que Serra é realmente o melhor candidato (pode conferir no Globo, Folha, Estadão e Veja, onlines ou não), eu não disse logo aí abaixo a que cargo ele se candidatava de fato? Parece que colou. É o que reclama, furibunda, d. Miriam, hoje, no Globo:
“Dilma já sabe até o que fará depois de ser eleita, como disse na sexta-feira: ‘A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação do Brasil.’
Os jornalistas insistiram, ela ficou no mesmo tom: ‘Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.’
Avisou que se alguém recusasse, não haveria problema: ‘Pode ficar sem estender a mão, como oposição numa boa que vai ter dinheiro.’ Já está até distribuindo o dinheiro público."
Já temos ministro da Saúde!!
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Sindicato dos Jornalistas tem nova diretoria
Tomou posse nesta quinta-feira, 26/08, no Auditório João Saldanha, a nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Eleita para o triênio 2010/2013, a chapa “União por Novas Conquistas”, liderada por Suzana Blass (foto), recebeu 92,6% dos 257 jornalistas que participaram da eleição.
sábado, 28 de agosto de 2010
"Não ao 'dedazo' de Lula"
Sempre me pareceu exagerado e desnecessário o esforço de Lula em tornar conhecida sua candidata. O título aí de cima é do artigo do deputado Roberto Freire, publicado na Folha de S. Paulo, que tem repercutido desde os blogs oposicionistas aos direitistas mais radicais. Nele, Freire compara o Brasil do século 21 ao México do século 20, como se o eleitorado brasileiro fosse um amontoado de néscios à espera da indicação de uma luz celestial para decidir o que fazer. Nossa história política recente demonstra exatamente o contrário e surpreende um líder da importãncia, da inteligência, de Roberto Freire abraçar um raciocínio tão pequeno e rasteiro.
O deputado certamente baseia seu raciocínio nas pesquisas de opinião, principalmente na opção "Votaria no candidato de Lula", submetida aos entrevistados. Mas o que se percebe nas ruas, nas conversas, nas rodas de bar, é que a aprovação popular não se restringe ao presidente. Estende-se principalmente aos resultados obtidos pela atuação do governo. Os índices das pesquisas seriam bem diferentes se, por exemplo, o Brasil tivesse submergido à crise financeira de 2008. Dilma, mostram claramente essas pesquisas, é a candidata do governo, não apenas a "mulher" do Lula.
O deputado certamente baseia seu raciocínio nas pesquisas de opinião, principalmente na opção "Votaria no candidato de Lula", submetida aos entrevistados. Mas o que se percebe nas ruas, nas conversas, nas rodas de bar, é que a aprovação popular não se restringe ao presidente. Estende-se principalmente aos resultados obtidos pela atuação do governo. Os índices das pesquisas seriam bem diferentes se, por exemplo, o Brasil tivesse submergido à crise financeira de 2008. Dilma, mostram claramente essas pesquisas, é a candidata do governo, não apenas a "mulher" do Lula.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Gabeira diz besteira
Em sabatina promovida pela Folha/UOL, nesta terça, o candidato a governador do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira afirmou, referindo-se à candidata a presidente da República, Dilma Roussef, que ele e os demais envolvidos na luta contra a ditadura militar não buscavam a democracia mas uma "ditadura do proletariado".
Em desastrada tentativa de justificar sua guinada à direita, Fernando Gabeira procura dar a entender que simplesmente desconhece o significado da expressão ditadura do proletariado.
Em desastrada tentativa de justificar sua guinada à direita, Fernando Gabeira procura dar a entender que simplesmente desconhece o significado da expressão ditadura do proletariado.
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