A Folha de S. Paulo, que nos anos militares emprestava carros de reportagem aos torturadores, em editorial, ficou ofendidinha com a resposta de Dilma Rousseff à pergunta da jornalista Renata Lo Prete no debate que promoveu em conjunto com a RedeTV. Então, porque perguntou?
E porque, neste editorial, só reproduziu a resposta e reduziu a pergunta "Candidata, a senhora colocaria a mão no fogo por Erenice Guerra, que foi seu braço direito na Casa Civil e assumiu o ministério quando a senhora saiu do governo para disputar a eleição?" à expressão "uma pergunta"?
Não é simplesmente "uma pergunta". É A PERGUNTA. O diretor presidente da Folha de S. Paulo, jornal que nos anos militares emprestava carros de reportagem aos torturadores, poria a mão no fogo por alguém? Poria a mão no fogo pela própria mãe ou poria a mãe no fogo? E a jornalista, poria a mão no fogo por sua própria pergunta?
Quem pergunta o que quer pode ouvir o que não quer. E não há motivo para a Folha se sentir ofendida. Em que a pergunta de Renata Lo Prete contribui para o eleitor conhecer melhor a candidata? Em nada, mas a pergunta de Dilma contribui, sim.
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